CAROLINA MATOS

As entrevistas desta seção foram realizadas para dissertação de mestrado de Ramiro Quaresma da Silva, idealizador e curador do site, para o Programa de Pós-graduação em Artes (PPGArtes) do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), intitulada “O site cinematecaparaense.org e a preservação virtual do patrimônio audiovisual: uma cartografia de vivências cinematográficas”.

ENTREVISTA COM CAROLINA MATOS – AGOSTO 2014 – via e-mail

 

Seu nome completo, local e data de nascimento.

Ana Carolina Nassar Matos, Belém. 18 de janeiro de 1986.

 

Fale sobre sua formação teórica, técnica e prática em cinema.

Eu sou gradua em Artes Plástica pela Universidade a Amazônia. Especialista em cinema pela Universidade Anhembi Morumbi. Assistente de Direção e Roteirista especializada em TV formada pela Academia Internacional de Cinema. Formação em Direção de Fotografia e Edição pelo Latin American Film Institute. E Jornalismo pelo Senac-SP.

 Comecei trabalhando com videoarte, até ir trabalhar com TV, na TV Cultura do Pará, onde comecei como produtora/roteirista, e mais tarde cheguei a diretora/roteirista, então fui para São Paulo estudar. Quando voltei a Belém ingressei no mercado audiovisual independente, trabalhando como Assistente de Direção.

 

Você já visitou, pesquisou ou assistiu filmes em uma cinemateca ou arquivo de filmes?

Já assisti filmes sim na Cinemateca de São Paulo, muito com o intuito de aprender e conhecer coisas mais antigas, e filmes não disponíveis em formato digital. Objetivamente nunca fui para pesquisar, nunca fui com esse objetivo, vou aprender “despretensiosamente”. Minhas pesquisas para as coisas que faço vem geralmente de referencias já adquiridas nas artes plásticas, cinema, e outras coisas que vejo na internet, obras mais contemporâneas.

 

Quais suas principais referências na criação cinematográfica? Alguma do estado do Pará?

Não tenho uma referência específica. Cada projeto é um projeto. E tem que ser pensado individualmente. A pesquisa faz parte do processo criativo. Ver coisas antigas e novas, referencias próximas e distantes. É um processo de dentro para fora e de fora para dentro. Porque importa mesmo é como aquilo vai fazer sentido para você.

 

Quais foram suas realizações, e também participações em produções, em cinema e audiovisual? E no momento atual?

Vamos lá:

TV Cultura do Pará: Produtora, Roteirista e Diretora. 2009-2010

Assistente de Direção: Videoclipe Futurando – Leo Chermont; Videoclipe Xirley – Gaby Amarantos; Videoclipe País do Futebol Mc Guimme

Assistente de Direção e Gerente de Projetos Culturais na Greenvision Filmes

Assistente de Direção em Filme Publicitário: Shinjitsu Filmes; Academia de Filmes; Fulano Filmes; Produtora Mixer.

Pesquisa de Personagem e Entrevista: Delicatessen Filmes; Grupo TV1

Assistente de Figuração: Serra Pelada – Heitor Dahlia

Diretora/Roteirista de Videoclipes em parceria com Brunno Regis: Felipe Cordeiro – Legal e Ilegal; Bonde do Role – Pucko; Gang do Eletro – Velocidade do Eletro.

Diretora/Roteirista Solo: Aíla – Proposta Indecente; Aíla – Preciso Ouvir Música Sem Você

Projetos em desenvolvimento: Um vídeoclipe para Ana Clara Matos, e iniciando as pesquisas e processos para o primeiro curta.  

 

Quais os principais festivais e mostras que já participou?

Acho que de nenhum hahaah. Eu não deveria, mas sou meio desligada para essas coisas.

 

Onde estão guardados seus filmes, material bruto e cópia final? Onde os pesquisadores podem encontrá-los?

Basicamente na internet. Tenho um portfolio online e um vimeo.

 

Como você observa o cinema e o audiovisual paraense contemporâneos?

Acho que é uma arte em expansão! Orgulhosíssima de como as coisas tem tomado corpo com muita qualidade no estado. Acho importantíssimo o fortalecimento de uma identidade própria, para que a gente não seja só uma reprodução do que se faz no sudeste, tudo fica muito nivelado. Acho que a Amazônia tem um jeito particular de ver o mundo, como toda a região tem, mas a Amazônia é a minha região, e torço para que ela explore uma forma própria de criar. Dialogando com o que vem de fora, mas mantendo as raízes, sem sentimentalismos, mas propriedades mesmo.

 

Como você financiou seus projetos em cinema e qual sua opinião sobre os editais e fontes de financiamento públicas atuais.

Os meus projetos sempre foram ou incentivados pelas Leis de Incentivo locais, Semear e Tó Teixeira. As fontes de financiamento publicas elas são boas… O que me angustia é a ausência da iniciativa privada, como é cada vez mais difícil conseguir que as pessoas reconheçam o que nós fazemos como profissão. Como eles ainda acham que estao nos fazendo um favor. E não, eu presto um serviço também!

 

Sua opinião sobre a substituição da película (filme) pelo suporte digital para captação e projeção de cinema.

No que pese o romantismo da película, acho que foi essencial para a popularização do cinema e do vídeo. Ser mais viável produzir, permitiu que eu, e que outros produtores locais tivéssemos mais acesso ao saber-fazer. A gente faz mil cursos, mas aprende mesmo é fazendo. E essa possibilidade do digital, do aprendizado, e produzir com quase nada é maravilhoso! Por outro lado, hoje em dia barateou em demasia as produções, e leva as pessoas a pensarem que nosso trabalho é muito fácil, e não é bem assim, exige muita gente, muita estrutura dependendo do projeto claro!

 

Qual sua opinião sobre a web como forma de difusão do cinema? Você tem experiências de compartilhamento de conteúdo autoral nesse meio?

Acho que difunde o audiovisual bem, mas o cinema mesmo, não sei. As pessoas prestam pouca atenção hoje em dia, o video fica rodando, e você com mil abas abertas. Mas hoje você atinge mais gente, porque tem aquele cara que não tem a liga de sair de casa para ver, mas pode ver no conforto do lar, esse cara você acaba ganhando também.

 

 

Entrevista realizada com CAROLINA MATOS, no dia 23/08/2014

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