REAL

“Real” 2011, de Vitor Lima

Sinopse: O prédio em questão era o Real Class, da Real Engenharia, que por conta de erros no cálculo estrutural, que não suportava os 34 andares vendidos pela construtora, não aguentou o seu peso e desabou deixando 3 mortos.

Neste exato momento Belém ainda vive o boom imobiliário, cenário perfeito para construtoras e incorporadoras nadarem no mar de possibilidades de obterem lucro. Mas até que ponto o desenvolvimento das metrópoles brasileiras tem obedecido as normas de segurança necessárias para uma construtora erguer grandes torres na mesma cidade, no mesmo período, sem revisão dos projetos e segurança para os trabalhadores da construção civil?

 

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A produtora Greenvision, em parceria com a Associação de Documentaristas e Curta-Metragistas do Brasil, seção Pará (ABCeD-PA), lançou um mini-edital para um documentário de curta-metragem, dentro do projeto Fora do Eixo, sobre o desabamento. Quinze projetos foram inscritos, e o primeiro lugar ficou com o cineasta paraense Vítor Souza Lima, que tem no currículo o premiado curta “Mãos de Outubro”.
 
A qualidade dos trabalhos inscritos fez com que a comissão de seleção optasse por também premiar um segundo projeto, o do cineasta Marcelo Dias. Assim, a tragédia da travessa Três de Maio terá duas versões de cunho documental.
 
Documentário – Com o título ainda provisório de “Real”, o projeto de Vítor já foi filmado e segue para a edição no Rio de Janeiro, onde o cineasta está morando. O edital prevê um prazo de dois meses para a entrega do trabalho pronto.
 
Filmado nos dias 25 e 26 de fevereiro, o documentário contou com uma equipe de apenas cinco pessoas na produção. Ao todo, foram oito entrevistados, nos bairros do Guamá, Pedreira e São Brás. Para o diretor Vitor Souza Lima, a ideia inicial era filmar o que ele classifica como “quatro tipos de perdas”: a perda futura (daqueles que haviam comprado um apartamento no Real Class); a perda irreparável (dos familiares das três vítimas fatais); a perda provisória (daqueles que tiveram que deixar seus lares) e a perda latente (da agonia dos que não tinham certeza se alguém havia falecido).  por Luciana Medeiros

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