MESTRE DAMASCENO

“Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara”. Dir. Guto Nunes. Ano: 2013.

Sinopse

A história e o trabalho do Mestre Damasceno, o jovem cego que se tornou mestre da cultura marajoara, figura importante para a cidade de Salvaterra, onde criou e até hoje mantém o búfalo-bumbá.

O filme recebeu os Prêmios de “Melhor Média Metragem” do Festival Internacional de Cinema da Amazônia(2015); “Melhor Direção e Melhor Documentário” do Festival Audiovisual de Belém(2015).
Depois de 15 dias de filmagens e quase 10 meses de edição, o documentário “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara”, do diretor Guto Nunes, é lançado em Belém. Com patrocínio da Oi, através da Lei Semear de Incentivo à Cultura, o filme conta a história de Damasceno Gregório dos Santos, afroindígena, cego, criador do búfalo-bumbá e mestre da cultura popular marajoara reconhecido pela Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural (SIDC/MinC). Em 30 minutos o público entrará em contato com o universo deste que é um dos grandes mestres da tradição oral ainda vivo.
Com parceria de Ná Figueredo, LabZone, Pousada dos Guarás, Fundação Curro Velho, Refrigerantes FLY e Hiléia, o documentário relata não apenas a obra criada por Mestre Damasceno, mas também sua vida, incluindo sua infância em Vila de Mangueiras, na comunidade Quilombola do Salvar, Marajó, contando ainda sobre sua adolescência em Salvaterra, e principalmente o seu empenho em manter a cultura do “búfalo-bumbá” e a tradição marajoara vivas, apesar de todas as dificuldades.
Ao todo, Mestre Damasceno possui mais de 400 composições, todas catalogadas em sua memória e muitas entoadas pelas crianças e moradores deste Marajó. A maioria são toadas de boi, mas ele também tem os carimbós, xotes, chulas e sambas. Possui apenas quatro músicas gravadas, que encontram-se no CD “Salvaterra Canta Carimbó”. Por conta disto, o registro de sua obra nesse documentário se faz tão importante.
O primeiro reconhecimento de seu trabalho chegou em 2010, com o prêmio “Dona Maria Isabel” da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, do Ministério da Cultura. O projeto de seu documentário idealizado pelo cineasta Guto Nunes foi aprovado no ano seguinte e agora chega ao público.
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Com 30 minutos de duração, “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara”, contou com uma equipe composta por Filipe Parolin na edição de imagens e assistência de fotografia, Léo Chermont no som direto e mix de som, Marcelo Rodrigues na direção de fotografia, Dani Franco na assistência de direção, Arlindo Melo na produção local, Mauro Fernandes como still e Guto Nunes na direção e realização. Filmado entre 25 de junho a 07 de Julho 2012, o documentário é um projeto do diretor, que desejava principalmente perpetuar a importância do Mestre Damasceno para a cultura popular marajoara: “Quando meu primeiro filho nasceu, vi que ele precisava ter a experiência que tive na minha infância, de ver o boi nas ruas, de aprender os saberes e fazeres que são ensinados de forma lúdica pelas composições e encenações criadas por um ser humano que ensina brincando. Percebi que precisava salvaguardar a história do Mestre Damasceno de alguma maneira, para que as pessoas que não o conhecem, passem a conhecê-lo e para as que já o conhecem, que nunca se esqueçam”, conta o diretor.
Filmado em Belém, em Salvaterra e no quilombo de Vila de Mangueiras, na localidade de Salvar, no Marajó, o documentário tem depoimentos de importantes personalidades locais, incluindo a própria mãe de Mestre Damasceno e pessoas que viveram com ele na Vila onde nasceu, além de registro do cortejo de búfalo-bumbá pelas ruas de Salvaterra.
Guto Nunes acredita que a cultura do Marajó Praiano está diretamente ligada à vida e obra de Mestre Damasceno, considerado o criador da comédia lírica e folclórica do Búfalo-Bumbá. Para ele, “o documentário sobre a vida e obra desse artista é muito importante para salvaguardar sua memória e fortalecer a identidade cultural do povo marajoara, projetando assim uma memória de futuro”.
Neste ano de 2013, Mestre Damasceno participou da XII Feira Pan-Amazônica do Livro. Também foi selecionado para a Mostra Terruá Pará de Música, ao lado de 72 outros artistas dos mais diversos estilos. Esta será a primeira vez que Mestre Damasceno participa de um grande festival de música.
Sobre a equipe do documentário
Direção, Roteiro e Realização
Arte educador e professor universitário, Guto Nunes assina o roteiro e direção de “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara”.
Em 2009, foi o 2º Assistente de Câmera do curta “Quando a Chuva Chegar”, de Jorane Castro; e 1º Assistente de Câmera de Otávio Cardoso em “Mãos de Outubro”, de Vitor Souza Lima, 2010; o 2º Assistente de Câmera no filme “Origem dos Nomes”, de Marta Nassar, em 2004; Vídeo-Assist no longa “Araguaia – A conspiração do silêncio”, de Ronaldo Duque, em 2002. Como produtor cultural, participou da oficina de Formatação de Projetos Cinematográficos, realizada no Museu da Imagem e do Som/SP e Produção de TV e Vídeo na Universidade Senac/SP; Ministrou Oficina pelo Circuito Cultural Banco do Brasil Itinerante, em 2009; Ganhou o Prêmio da Secretaria da Diversidade e Identidade Cultural à Mestre Damasceno, do arquipélago do Marajó, em 2009; Coordenador do Projeto “Grão-Vídeo” I Festival Paraense de Vídeos Universitários; Ministrante de Oficinas em Audiovisual do Biizu, Curro Velho e Instituto de Artes do Pará – IAP.
Assistente de Direção
Danielle Franco – Jornalista, graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará. Foi presidente da ABDeC-Pa entre 2010 e 2012. Prestou assessoria de imprensa para diversos curtametragens, além de haver trabalhado como produtora nos curtas “Origem dos Nomes” de Marta Nassar/2004, “De Assalto”, de Ronaldo Rosa/2004, e “Matinta Pereira” de Jorge Vidal/2003. Em 2010 assinou a direção do documentário em curtametragem “Na Canoa Para Aprender”, em conjunto com o diretor Bruno Assis.
Fotografia
Marcelo Rodrigues assina a Direção de Fotografia, tendo Felipe Parolin como 1º Assistente de Fotografia, e Mauro Fernandes no still.
Marcelo iniciou a carreira em 97, como repórter fotográfico. Desde então vem  atuando no cenário audiovisual paraense. Fez a direção de fotografia do curta “Quem vai levar Mariazinha para passear?”, de André Mardock; e também no documentário “Mestre Vieira – 50 anos de guitarrada” (Direção: Luciana Medeiros); assim como  o vídeodança “Acalmia” (Direção: Ana Lobato), vídeoarte “O Tao Caminho” e “Rumo ao Farol” (Direção: Danielle Fonseca); série de vídeos do artista Armando Queiroz para o Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas / 2009-2010 (Midas, Ymá Nhandehetama e Pilatos).
Filipe Parolin é formado em Desenho Industrial pela PUC-PR. Iniciou no cinema em 2005, num curso intensivo da AIC quando ainda era situada em Curitiba. Cursou Cinema Digital pelo Centro Europeu e fez Pós-graduação em Comunicação Audiovisual também pela PUC-PR. Desde então trabalha com Cinematografia, Operação de Câmera e Assistência de Câmera em produções ficcionais, publicidade, documentários e clipes em plataforma digital, assinando a fotografia de curtas como “A Cilada”, de Karla de Oliveira e como assistente de câmera participou no super premiado “A Fábrica” de Aly Muritiba, entre outros.
Em Belém participou de projetos como o “Registro Belém”, do cantor e compositor carioca Marcelo Mira, dirigido por Lucas Escócio; trabalhou como Vídeo-Assist no curta “Ribeirinhos do Asfalto”, de Jorane Castro; e como Assistente de Câmera em “Juliana contra o Jambeiro do Diabo pelo Coração de João Batista”, de Roger Elarrat; “Certeza”, de Pedro Tobias e no documentário sobre o músico criador da “Guitarrada”, Mestre Vieira.
Mauro Fernandes, fotógrafo premiado em 2008, pelo Sindicato dos Fotógrafos do Pará, tem parte de seu trabalho destinado a natureza, como foto paisagem, valorizando a fauna e flora da região amazônica. Atualmente trabalha nos projetos “Natal Feliz” do G.A.S (Grupo de Amigos Solidários), e “Colhendo Frutos” do Grupo Folclórico Frutos do Pará. No documentário “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara”, assina como still.
Som
Usando o áudio como forma de vida, Léo Chermont passou a trabalhar com cinema no final de 2010, fazendo gravações e registros de artistas como Marcelo Mira, Gaby Amarantos, Aíla e Chico Braga. Assumiu o Som Direto no Documentário “Mestre Vieira”, de Luciana Medeiros; logo em seguida um documentário sobre o Fisco, com a direção de Fernando Sectovich.
Com ficção trabalhou no curta “Certeza”, de Pedro Tobias; e mais recentemente no documentário “Pássaros Juninos”, de Adriano Barroso.

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