RÁDIO 2000

Rádio 2000, 2013, de Érik Lopes

Rádio 2000 – Documentário Completo from Erik Lopes on Vimeo.

 

FICHA TÉCNICA

Direção, Câmera e Edição ERIK LOPES

Produção ZEX NASCIMENTO

Roteiro e Assessoria de Imprensa MONIQUE MALCHER / KARINA MENEZES

 

O PROJETO

Rádio 2000 traz entrevistas com músicos, produtores culturais e profissionais da música que movimentavam o rock em Belém nos anos 2000. Além de histórias das bandas como Eletrola, Suzana Flag e Stereoscope, a volta no tempo também faz lembrar de situações em que as bandas tinham que sair madrugada afora colando cartazes de shows ou segurar as janelas das salas de ensaio para que não vibrassem ao som dos instrumentos.

O projeto do documentário Rádio 2000 foi elaborado no ano de 2012 pelo músico e publicitário Erik Lopes, registrando o rock na cidade de Belém nos anos 2000, época em que o estilo musical estava em efervescência na cidade. O nome Rádio 2000 é inspirado em CD de mesmo nome lançado pela banda Stereoscope, uma das bandas mais populares na época registrada pelo documentário, junto a nomes como Suzana Flag e Eletrola. Rádio 2000 conta com o apoio do Instituto de Artes do Pará (IAP).

AS BANDAS

Um guitarrista emprestava o pedal para o outro, o baterista era roadie no show da banda do amigo, e finalmente eles estavam fazendo fotos da banda, criando fotologs e entrando na TV, no rádio, nos jornais. O rock tinha dado um passo bem largo dessa vez. Essa é a geração 2000 do rock paraense que nasceu longe dos centros urbanos, em lugares onde o sonho era viver de música.

Durante muito tempo, o rock era expressivo para as vertentes do hardcore, punk e metal. Não havia bandas com estilo mais pop preocupadas com produção de palco, elas apenas tocavam. Talvez os anos 2000, com sua tecnologia e pensamentos mais abertos sobre a mistura de gostos e tribos, tenha contribuído para essa guinada de 360º. Nos anos 80, o que rolava eram os bares, os inferninhos e umas rockadas meio improvisadas, no fundo a pretensão era tocar.

Nessa época, uma banda em Belém conseguia público de show de até mil pessoas. Depois da violência do Rock 24 Horas, mesmo que ela tenha sido só uma pequena mancha, foi o que ficou na cabeça daqueles que financiavam e produziam as coisas por aqui. O rock ficou na geladeira, e a realidade das bandas autorais agora eram pequenos públicos.

Foto divulgação da banda StereoscopeQuando a geração 2000 chegou, trouxe uma nova cara para o rock, um novo suspiro de uma alma musical que tava meio ferida depois de algumas desventuras. As bandas com um som mais pop tinham uma linguagem mais universal, faziam música mais radiofônicas, pois para os roqueiros do segundo milênio ser pop não era um problema. Naquele momento, podemos citar o surgimento de bandas como Eletrola, Stereoscope, Suzana Flag, A Euterpia, Stigma, Caustic, Step 2 e Crashdown. Acontecia também um aprimoramento musical de bandas como Cravo Carbono, banda dos anos 90 que começou a influenciar artistas de rock da época.

Os grupos do underground tiveram seu momento de renovação, principalmente no hardcore, onde a maioria das bandas dos anos 90 estava virando crossover, dando origem a uma geração com instinto mais punk. Entraram em cena grupos como Derci Gonçalves, que faziam apresentações memoráveis e insanas não só nos palcos noturnos, mas em apresentações em programas como o Balanço do Rock da Rádio Cultura.

Não foram só as bandas que começaram uma trajetória diferente. Mo inicio dos anos 2000, festivais com o “Se Rasgum” começaram com festas de rock em um pub no centro de Belém chamado Café com Arte. A divulgação era feita no boca a boca, uma pessoa via o show e comentava com os amigos. Diferente dessa geração que se apoderou das redes sociais como único canal de divulgação, as bandas do inicio de 2000 tinham outras ferramentas para conquistar seu público, como cartaz, cola, rolinho e longas caminhadas.

No inicio dos anos 2000 a Rádio Cultura começou a abraçar cada vez mais a cena local. Além disso, tiveram Festivais promovidos pela Funtelpa, em que algumas bandas de rock tocaram ao lado de nomes da música popular paraense, gerando um encontro de estilos e quebrando alguns preconceitos.

Outros veículos de comunicação, como os jornais da cidade começaram a noticiar mais o rock, não por uma diretriz das empresas, ou por vontade de editores, mas porque nas redações tinham os repórteres que acompanhavam e gostavam da cena roqueira. Eles iam para os shows, ensaios, e todo tipo de evento de rock, então davam um jeito de emplacar uma matéria, uma capa, e de repente o rock ganhava espaço, respeito. De certa forma ter uma banda naquela época era um trabalho de guerrilha, mas também de amor. Hoje também.

Fonte: Rádio 2000

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