Líbero Luxardo já havia realizado três longas-metragem no estado do Mato Grosso, «Alma do Brasil» (1932), «Caçando Feras» (1936) e «Aruanã (1938), quando chegou ao Pará nos anos 1940 para tentar se estabelecer como realizador nas terras amazônicas. Foi «cinegrafista-oficial» de Magalhães Barata, realizando para o interventor do estado uma série de cine-jornais antes de reiniciar em Belém sua carreira cinematográfica em ficção.
Em 1965 lança seu primeiro longa-metragem paraense, «Um dia qualquer», que foi sucedido por «Marajó: barreira do mar» em 1966, «Um diamante e cinco balas» de 1968, e seu último filme e o primeiro em cores «Brutos inocentes» de 1973.
Líbero foi o responsável pela entrada de Milton Mendonça no ramo cinematográfico com a produção de cinejornais, como «Belém do Pará» de 1966 feito para o aniversário de 350 anos de Belém. Os cinejornais da Juçara Filmes de Milton Mendonça são o principal documento audiovisual sobre política, sociedade e cultura dos anos 1960 em Belém.
Renato Tapajós, um jovem cineasta vindo de Santarém, realiza em 1964 o documentário em curta-metragem «Vila da Barca», finalizado em São Paulo por grandes nomes do cinema brasileiro, como Maurice Capovilla e João Batista de Andrade. O filme foi proibido no Brasil pela ditadura mas teve muito boa recepção na Europa, recebendo importantes prêmios. Durante os anos 1960 o crítico e cineclubista Pedro Veriano reúne a família e amigos na produção de filmes caseiros, desta produção temos o “neorealista” «Brinquedo Perdido» com data de produção de 1962, que consideramos um dos marcos de surgimento do cinema paraense.